quinta-feira, 21 de abril de 2011

Libertadores 2011 – Impossível? Não para o Fluminense!

O quê dizer de um time que não conhece a palavra impossível? Que ele seria imbatível? Obviamente que não. Afinal, perdemos alguns jogos doloridos neste ano de 2011. Decepção na Taça Guanabara. Uma Libertadores claudicante.

Nelson Rodrigues se referiu a um “Suave Milagre” tricolor. Usou a expressão para dizer que, em momentos decisivos para a história do clube, os mortos saiam de sua tumbas, os doentes de suas camas, etc. O Time de Guerreiros vem, paulatinamente, mudando o sentido da expressão “Suave Milagre”. Em 2007, vencemos uma Copa do Brasil depois de estarmos virtualmente eliminados pelo Bahia. Renato Gaúcho assumiu a equipe durante a competição. Em 2008, vimos um time iluminado emocionar o país inteiro, em vitórias épicas contra São Paulo e Boca Juniors.

Em 2009, o nascimento do Time de Guerreiros. A campanha do impossível. Um rabaixamento quase certo fulminado pela patada certeira de Marquinho no jogo contra o Coritiba. Em 2010, o triunfo nacional. Com sangue, suor e lágrimas. De muitos. Em campo e nas arquibancadas.

Hoje em dia, que me perdoe o Nelson (assim, íntimo mesmo), “Suave Milagre” é ser tricolor. É santo, milagroso, profético, poético (e tantos quantos forem os bons adjetivos existentes em nossa língua) SER TRICOLOR.

Tricolores de Fluenos Aires, aqui do Rio e dos quatro cantos do Brasil presenciaram uma apoteose do impossível. Essa palavrinha que desanima todos os outros, exceto o Fluminense.

O jogo, na Argentina, fez com que todos nós tivéssemos a certeza que do coração não morreremos. O Flu começou em cima, postura de time enorme. Atacou muito, até que uma enfiada de Marquinho (um dos melhores em campo) para Julio César faria o placar se movimentar. Depois disso, pane mental em Gum. O zagueiro realmente puxou o adversário na área. São desses pênaltis que nunca marcam a nosso favor, mas sempre contra. Pênalti marcado e convertido. Final do primeiro tempo se aproximando, o capitão Fred pega a bola com firmeza, bota na marca (Marquinho havia sofrido falta) e desfere um pertado – gentilmente aceito pelo nosso melhor amigo Navarro. Primeiro tempo findo. 2 a 1. Certeza que a íriamos escrever páginas lindas (uma vez mais) na história do futebol.

Segundo tempo iniciado e a equipe adversária aumentou o volume de jogo. Empataram. Em mais um gol esquisito sofrido pelo Flu nesta Libertadores. Nesse momento muitos duvidram (eu inclusive). Voltamos nossos olhos para o jogo de Montevideo, um gol do América do México (Cabañas Vive) poderia nos deixar na pendência de um gol apenas para conseguir a almejada classificação. Mas, lá, o 0 a 0 permanecia inapelável.

Veio um escanteio, desses tantos que existem em uma partida. Este, porém, seria diferente. Conca cobrou, Valencia cabeçeou, nosso melhor amigo Navarro deu um passe com as mãos para os pés do He-Man. Gol! 3 a 2! Sim, o impossível já estava chorando de dezespero.

Fim do jogo em Montevidéu. Zero a Zero. Agora era oficial: dependiamos apenas das nossas pernas e corações. Era um gol ou o poço profundo e seco da eliminação prematura. O quarto gol viria. Veio! Na jogada mais surreal de todas. Bola no meio para Fred, que lança Edinho (!!!), sim, o nosso zagueiro correu o que nunca havia corrido em toda sua vida. Foi a corrida mais bonita da carreira do Edinho. Correu e cavou um belissímo penalti à brasileira. Fred, gelado, matador, bateu no ângulo direito do nosso grande amigo Navarro.

Quarenta e quatro do segundo tempo. Foram mais cinco minutos santos. Desses que só um tricolor merece sentir. Aquele aperto no peito, aquele sentimento de que somos maiores do que a prórpia vida, o frenesi que vai crescendo. Sensação de estar vivo e de que fizemos a escolha certa ao eleger esse clube para amar (em muitos casos nem é escolha, é destino mesmo).

Apito final.

Vitória.

Classificação.

Ei, você, Impossível, fale aqui com a minha mão!

Estamos vivos! E Seremos Campeões!


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